O PROTAGONISMO DA MULHER NEGRA E O COMPROMISSO COM A EQUIDADE RACIAL E DE GÊNERO

Escrito por: Victoria Pinto do Carmo
As mulheres negras desempenham, historicamente, um papel central na construção social, cultural e política da América Latina. No Brasil, essa trajetória é marcada por resistência, coragem e liderança, características exemplificadas por figuras como Tereza de Benguela, uma mulher negra extraordinária, que liderou por mais de 20 anos um quilombo no século XVIII. Mesmo em um cenário marcado pela escravidão, Tereza comandou uma comunidade que reunia negros e indígenas em busca de liberdade. Sua trajetória representa a bravura e a liderança de tantas outras mulheres negras que, embora tantas vezes silenciadas, foram essenciais na construção da nossa sociedade.
Em 2025 completamos 60 anos da Convenção Internacional da ONU sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial. Ainda que tenhamos avançado em termos legais e institucionais, as marcas das desigualdades seguem muito presentes na vida das mulheres negras. No Brasil, elas continuam sendo o grupo que mais enfrenta desafios em diversas áreas, do acesso ao trabalho e à educação à segurança e à saúde. Jovens negras, por exemplo, enfrentam taxas de desemprego muito maiores que jovens brancas, além de estarem entre as maiores vítimas de feminicídio no país. Também, são elas que mais sofrem com a informalidade e os baixos salários, resultado de uma história de exclusões que ainda impõe muitas barreiras. Isso reforça a urgência de enfrentar o racismo de forma concreta e global.
Nas comunidades quilombolas, as mulheres negras seguem como pilares de resistência. São elas que protegem os territórios, mantêm vivas as tradições culturais e conduzem a organização política de seus povos. Esses exemplos atuais mostram que, mesmo diante de tantas dificuldades, elas continuam abrindo caminhos, criando redes de apoio e liderando transformações. Reconhecer essa luta vai muito além de uma homenagem, é um compromisso com a construção de uma sociedade mais justa, plural e verdadeiramente igualitária.
Discutir essas questões é fundamental para a transformação das estruturas sociais e institucionais que ainda perpetuam exclusões. Promover a inclusão de mulheres negras no mercado de trabalho, nos espaços de decisão e nas lideranças organizacionais é uma responsabilidade coletiva, que demanda políticas afirmativas, escuta ativa, revisão de processos e abertura genuína à pluralidade de experiências.
Reafirmamos, com isso, nosso compromisso em seguir promovendo a igualdade racial e de gênero, contribuindo para ambientes mais diversos, humanos e acolhedores. A valorização da mulher negra não deve ser apenas uma ação pontual, mas uma diretriz contínua de transformação e respeito.
A Equipe do Contencioso Cível do PLC Advogados coloca-se à disposição para quaisquer esclarecimentos e providências que se fizerem necessários.
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