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TDAH e Alta Performance: quando a Neurodiversidade desafia estereótipos

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29 de julho de 2025

Escrito por: Pâmela Oliveira dos Reis

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um dos temas em evidência na atualidade, e com a chegada da Semana Nacional de Conscientização sobre o TDAH, refletimos não só sobre os desafios, mas também sobre as potências dessa Neurodiversidade. E você já se perguntou como os profissionais com TDAH lidam com o ambiente de trabalho?

Na primeira semana de agosto, celebramos a Semana Nacional de Conscientização sobre o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), instituída pela Lei Federal 14.420/22. Estima-se que mais de 5% da população adulta brasileira conviva com o transtorno — e menos de 1 em cada 9 tenha recebido diagnóstico formal. Ainda assim, nos últimos 30 anos, os diagnósticos cresceram de forma expressiva, saltando de 6% para 10%, inclusive em grupos historicamente negligenciados, como meninas e mulheres.

Classificado como um transtorno do neurodesenvolvimento, com base neurobiológica, o TDAH está associado a alterações no funcionamento do lobo frontal — região do cérebro responsável por organizar pensamentos, regular impulsos, gerenciar o tempo e planejar ações – mas apesar de ser amplamente estudado e documentado desde o século XVIII, o tema ainda é cercado por estigmas e controvérsias, que oscilam entre a banalização e o preconceito. Muitos desconsideram as evidências científicas consolidadas, tratando o transtorno como “modismo”, sem considerar os desafios da realidade vivida por milhões de pessoas, todos os dias, em silêncio.

Mas o TDAH não é uma “invenção moderna” e nem um “traço de personalidade”, é uma condição real, complexa, multifacetada e que exige mais do que força de vontade, que acompanha muitos profissionais desde a infância, e requer reconhecimento, estratégias adaptativas e políticas organizacionais inclusivas. Para quem convive com o transtorno, ser bem-sucedido nem sempre significa “se encaixar” — mas encontrar espaços em que sua forma de pensar e agir seja não apenas tolerada, mas valorizada.

No ambiente corporativo, os estigmas ainda são profundos, especialmente para profissionais da geração millennials, que cresceram sob exigências elevadas de desempenho, padronização e autocontrole. Neste cenário, muitos desenvolveram estratégias compensatórias para lidar com o cotidiano, tentando se ajustar, mas acabaram rotulados como desorganizados, indisciplinados ou, no mínimo, “complicados”.

Esses estereótipos evidenciam a importância da Neurodiversidade — conceito que defende que cérebros diferentes não são “defeituosos”, mas simplesmente “diferentes” – respeitando diferentes formas de funcionamento cognitivo dentro da pluralidade humana. Isto porque, muitas pessoas neurodivergentes apresentam características altamente valorizadas no mercado, como criatividade fora do padrão, raciocínio rápido e habilidades para lidar com situações complexas. Com aptidão para se destacarem, inclusive em posições de liderança, contribuindo para equipes mais empáticas, inovadoras e adaptáveis.

A alta performance, no entanto, não dispensa o suporte e reconhecer a Neurodiversidade é apenas o primeiro passo. É essencial que os ambientes corporativos compreendam os desafios cotidianos enfrentados por profissionais com TDAH — como manter o foco, organizar tarefas, lidar com a impulsividade e gerenciar o excesso de estímulos. E simples práticas como valorizar entregas, praticar escuta ativa, oferecer feedbacks construtivos e criar condições de trabalho acessíveis são medidas concretas que fazem a diferença. E as culturas organizacionais que respeitam diferentes estilos de atenção, processamento e produtividade têm mais chances de reter talentos, fortalecer vínculos e impulsionar resultados sustentáveis.

Falar sobre TDAH no contexto do trabalho é expandir o entendimento de Diversidade para além dos marcadores visíveis, reconhecendo que as diferenças cognitivas também importam — e que uma equipe plural deve incluir diferentes formas de pensar, agir e produzir. É por isso que o acolhimento da neurodiversidade está entre os pilares das melhores práticas de Diversidade & Inclusão no mundo corporativo.

Ao abrir espaço para esse tipo de diálogo, construímos ambientes mais humanos, inovadores e comprometidos com o desenvolvimento integral de cada pessoa — e, como consequência natural, com o crescimento contínuo da empresa.

Este informativo foi escrito por uma profissional neurodivergente, com diagnóstico de TDAH.

 

A Equipe de Contratos do PLC Advogados coloca-se à disposição para quaisquer esclarecimentos e providências que se fizerem necessários.

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